AÇÃO AFIRMATIVA: O PROUNI COMO ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR PARA JOVENS NEGROS

Autores

Palavras-chave:

Ações afirmativas, Direito de Juventude, Discriminação Racial, Ensino Superior, PROUNI

Resumo

Esta pesquisa analisa o Relatório Geral do PROUNI (Programa Universidade para Todos) referente ao ano de 2018 disponibilizado pela UNESC, (Universidade do Extremo Sul Catarinense). O problema de pesquisa consiste em verificar de que forma o PROUNI possibilita o acesso e permanência aos estudantes autodeclarados negros no ensino superior na UNESC e se a política tem contribuído para a garantia de igualdade racial. Este estudo tem como objetivo: a) estudar as relações raciais no Brasil; b) estudar o Direito de Juventude no Brasil e conhecer a realidade brasileira e os acessos desta população no ensino superior a partir do marcador de raça e geracional; c) analisar os dados referentes aos estudantes bolsistas que constam no Relatório Geral da UNESC, pelos critérios raciais, geracionais e domicílio. Esta pesquisa utiliza o método indutivo, constitui-se em pesquisa bibliográfica, documental, qualitativa e quantitativa, aplica o procedimento monográfico, com análise da legislação brasileira.

Palavras-chave: Ações afirmativas; direito de juventude; discriminação racial; ensino superior; PROUNI.

Biografia do Autor

Fernanda da Silva Lima, Universidade do Extremo Sul Catarinense/ Professora Permanente no PPGD

Doutora e Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bacharel em direito pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Professora Permanente no Programa de Pós-Graduação em Direito da Unesc (Mestrado em Direito). Professora na disciplina de Direitos Humanos na UNESC. Coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Raça (NEGRA/UNESC). Vice líder do Núcleo de Estudos em Direitos Humanos e Cidadania (NUPEC/UNESC). Foi assessora jurídica no Ministério Público de Santa Catarina (Comarca da Capital, 10ª PJ). Pesquisadora na área de Direito Público com linha de pesquisa Direitos Humanos, Cidadania e novos direitos com interesse nos seguintes temas: teoria crítica dos direitos humanos, relações raciais, feminismos negros, infâncias, estudos pós-coloniais, decoloniais e anti-coloniais. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7406-0020 E-mail: felima.sc@gmail.com e fernandalima@unesc.net

Ana Karolina Matias Emydio, Universidade do Extremo Sul Catarinense/ Graduanda em Direito

Graduanda em Direito pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Integrante do Núcleo de Estudos em Gênero e Raça (NEGRA/UNESC) e do Grupo de Pesquisa de Constitucionalismo Crítico Latino-Americano. Email: karol.matiasemydio@gmail.com. 

Fernanda Rocha Fabiano, Universidade do Extremo Sul Catarinense/ Bacharel em Direito

Bacharel em Direito pela Universidade do Extremo Sul Catarinense. Integrante do Núcleo de Estudos em Gênero e Raça (NEGRA/UNESC). Email: fer.fabiano@unesc.net. 

Evaldo Lourenço de Lima, UNESC - Mestre em Direito

Possui graduação em Administração pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (1985), graduação em Direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina (1999) e graduação em Ciências Contábeis pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (1987). Atualmente é perito contábil judicial - Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, advogado - Escritório de Advocacia e professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Mestre em Direito pela Universidade do Extremo Sul catarinense (2019).

Referências

ALMEIDA, Silvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2018. Coleção Feminismos Plurais.

AZEVEDO, D. A. Justiça e as cores: a adequação constitucional das políticas públicas afirmativas voltadas para negros e indígenas no ensino superior a partir da teoria discursiva do direito. Dissertação (Mestrado em Direito) – Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília: Brasília, 2007. Disponível em:<http://flacso.org.br/?publication=a-justica-e-as-cores-a-adequacao-constitucional-das-politicas-publicas-afirmativas-voltadas-para-negros-e-indigenas-no-ensino-superior-a-partir-da-teoria-discursiva-do-direito>.

BRASIL. Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005. Institui o Programa Universidade para Todos - PROUNI, regula a atuação de entidades beneficentes de assistência social no ensino superior; altera a Lei no 10.891, de 9 de julho de 2004, e dá outras providências.

BRASIL. Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005. Institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem; cria o Conselho Nacional da Juventude – CNJ e a Secretaria Nacional de Juventude; altera as Leis nos 10.683, de 28 de maio de 2003, e 10.429, de 24 de abril de 2002; e dá outras providências.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Governo. Índice de vulnerabilidade juvenil à violência 2017: desigualdade racial, municípios com mais de 100 mil habitantes. São Paulo: Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2017.

CARRIL, Lourdes de Fátima Bezerra. Os desafios da educação quilombola no Brasil: o território como contexto e texto. Revista Brasileira de Educação, Sorocaba/SP, v. 22, n. 69, p. 539-564, Abr.-jun. 2017.

CRICIÚMA. Lei Complementar nº 69, de 12 de setembro de 2009. Cria a Coordenadoria da Promoção Igualdade Racial do Município de Criciúma - COPIRC, e o programa municipal de educação para diversidade étnica racial, no município de Criciúma e dá outras providências. Disponível em: https://goo.gl/TkocaQ. Acesso em: 10 jan. 2019a.

CRICIÚMA. Lei Nº 6514, de 1º de dezembro de 2014. Aprova o plano municipal de educação de criciúma e dá outras providências.

CRICIÚMA. Lei Ordinária Nº 6494/2014. Institui o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial de Criciúma, e dá outras disposições. Disponível em: http://www.camaracriciuma.sc.gov.br/documento/lei-ordinaria-no-6494-2014-22543. Acesso em: 10 jan. 2019c.

DARWIN, Charles. A origem das espécies. Tradução de Eduardo Fonseca. São Paulo: Hemus, 1981.

EDUCA mais Brasil. Portal Eletrônico. Enem 2019 - Saiba tudo. 2019. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem. Acesso em: 10 jan. 2019.

FANON, Frantz. Os condenados da terra. Tradução de Enilce Albergaria Rocha e Lucy Magalhães. Juiz de Fora (MG): Editora da UFJF, 2005, 374p.

FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. Apresentação de Lilia Moritz Schwarcz. 2. ed. rev. São Paulo: Global, 2007.

FREITAS, Raquel Coelho de. Direito fundamental à educação para adolescentes em situação de rua: entre a autonomia e a igualdade de prestação. Revista NOMOS (Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), v. 39.1, jan-jun, 2019.

FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2006.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010: características da população e dos domicílios. 2011. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/93/cd_2010_caracteristicas_populacao_domicilios.pdf. Acesso em: 10 out. 2018.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. IBGE Cidades: Criciúma. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/criciuma/panorama. Acesso em: 10 jan. 2019.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa nacional por amostra de domicílios: síntese de indicadores 2004-2014. Rio de Janeiro: PNAD, 2015.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: PNAD, 2017.

LIMA, Evaldo Lourenço de. O direito à educação superior da juventude negra: um estudo do Programa Universidade Para Todos (PROUNI) da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Dissertação (Mestrado em Direito) pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2019. Disponível em:<http://repositorio.unesc.net/handle/1/6792>.

LIMA, Fernanda da Silva. Os direitos humanos e fundamentais de crianças e adolescentes negros à luz da proteção integral: limites e perspectivas das políticas públicas para a garantia de igualdade racial no Brasil. 2015. 337 f. Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Jurídicas, Programa de Pós-Graduação em Direito, Florianópolis, 2015.

LIMA, Fernanda da Silva. Racismo e antirracismo no Brasil: temas emergentes no cenário sócio jurídico. Santa Cruz do Sul: Essere nel Mondo, 2018. Disponível em:<https://www.esserenelmondo.com/pt/direito-racismo-e-antirracismo-no-brasil--temas-emergentes-no-cenario-socio-juridico-ebook146.php>.

LIMA, Fernanda da Silva; BORGES, Gustavo; Publicidade e racismo reverso? O que uma campanha publicitária tem a revelar sobre o racismo no Brasil. Revista Direito do Consumidor. v. 123, ano 28, p. 37-79, São Paulo: Editora RT, maio-jun, 2019.

MATIJASCIC, Milko; SILVA, Tatiana Dias. Jovens negros: panorama da situação social no Brasil segundo indicadores selecionados entre 1992 e 2012. In: SILVA, Enid Rocha Andrade da; BOTELHO, Rosana Ulhôa (Orgs.). Dimensões da experiência juvenil brasileira e novos desafios às políticas públicas. Brasília: Ipea, 2016.

MORAES, Renildo Lúcio de. Juventude e educação em direitos humanos: uma relação presente no currículo do Projovem Urbano de João Pessoa. 2014. 148 f. Dissertação - Universidade Federal da Paraíba, Programa de Pós-Graduação em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas João Pessoa-PB, 2014.

MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. 2003. Disponível em: https://www.geledes.org.br/wp-content/uploads/2014/04/Uma-abordagem-conceitual-das-nocoes-de-raca-racismo-dentidade-e-etnia.pdf. Acesso em: 07 out. 2018.

PROUNI. Programa Universidade para Todos. Manual do Bolsista. 2015. Disponível em: http://prouniportal.mec.gov.br/images/pdf/manual_bolsista_prouni.pdf. Acesso em: 10 jan. 2019.

PROUNI. Programa Universidade para Todos. Quadros Informativos: Bolsas ofertadas por Unidade da Federação. 2019. Disponível em: http://prouniportal.mec.gov.br/dados-e-estatisticas/9-quadros-informativos. Acesso em: 10 jan. 2019.

SANTOS, André Filipe Pereira Rei dos; PAULA, Quenya Correa de. O Racismo e a questão racial nas interpretações do Brasil. Revista NOMOS (Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), v. 39.1, jan-jun, 2019. Disponível em:<http://www.periodicos.ufc.br/nomos/article/view/30874>.

SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

SILVA, Naiaranize Pinheiro da. Juventude e escola: a constituição dos sujeitos de direito no contexto das políticas de ações afirmativas. 2016. 272 f. Tese (doutorado) – Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Educação, Salvador, 2016. Disponível em: <https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19333>.

UNESC. Universidade do Extremo Sul Catarinense. Programa Universidade para Todos (ProUni). Disponível em: http://www.unesc.net/portal/capa/index/259/32. Acesso em: 10 jan. 2019c.

UNESC. Universidade do Extremo Sul Catarinense. Unesc em Números. 2018. Disponível em: http://www.unesc.net/portal/resources/official_documents/16375.pdf?1543516777. Acesso em: 10 jan. 2019.

UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância. Acesso, permanência, aprendizagem e conclusão da Educação Básica na idade certa: direito de todas e de cada uma das crianças e dos adolescentes. Brasília: UNICEF, 2012.

WALSH, C. Interculturalidade Crítica e Pedagogia Decolonial: in-surgir, re-existir e re-viver. In: CANDAU, V. M. (org) Educação Intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.

Downloads

Publicado

2023-09-26

Como Citar

LIMA, F. da S.; EMYDIO, A. K. M. .; FABIANO, F. R.; LIMA, E. L. de. AÇÃO AFIRMATIVA: O PROUNI COMO ACESSO À EDUCAÇÃO SUPERIOR PARA JOVENS NEGROS. Revista da Faculdade de Direito do Sul de Minas, [S. l.], v. 39, n. 2, 2023. Disponível em: https://revista.fdsm.edu.br/index.php/revistafdsm/article/view/486. Acesso em: 29 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê "Educação e Direito"